Estréia: Boogie Oogie

De volta ao Disco Time, "Boogie Oogie" chegou dançando. E não no melhor sentido da palavra. No primeiro momento, veio bambeando, com algumas falhas e exageros.
A nova novela das 18 horas, começou direto com a abertura, embalada ao som de "That's the way", o que é uma boa coisa. Na abertura, essa é a única coisa que se salva, pois parece uma versão fraca e datada do #OiOiOi de "Avenida Brasil".
Os primeiros minutos de "Boogie Oogie" nos trouxeram queda de avião, explosões, incêndio, corpos voando, tragédias com vestido de noiva, morte... O problema é que foi tudo feito meio que nas coxas. A Queda do avião do protagonista Rafael e o incêndio no mesmo foram dignas da "Turma do Didi"! E o corpo do Rafael, interpretado pelo fofo do Marcos Pigossi, voando depois da explosão, foi coisa de videogame de quinta.
A sequência em que irmã da protagonista, Isis Valverde, derruba café no vestido de noiva, o que a faz conhecer Rafael, seu futuro par romântico, foi, no mínimo exagerada! Um pouquinho de café manchou quase todo o vestido. Não precisava.
Já a trilha sonora, que era uma preocupação minha, me surpreendeu. Colocar "Your Song", como música tema do casal protagonista foi uma arma de mestre! E soltar Barry White pra deixar a protagonista mais romântica ainda, foi bom também!
A caracterização e os figurinos estão estranhos, não são o top do padrão Globo de qualidade. A melhor caracterização é a de Rodrigo Simas, que parece mesmo saído dos 'seventies'!

O fator "destino", que a Globo adora usar nas suas novelas, está presente e deu conta do recado no capítulo de hoje. O casal protagonista, que se apaixonou na rua após um acidente com café, uma declaração de amor a primeira vista, um pedido inusitado, uma tragédia e uma coincidência fatal, foram bem amarrados. Revelar a "grande bomba" da novela, a troca de bebês, logo no primeiro capítulo, foi arriscado porém ousado. Isso desencadeará toda a trama vilã/mocinha.
Boogie Oogie é também o nome da discoteca da trama, e isso me agrada! Gosto quando o título da novela faz parte do texto.
O elenco é bom e trouxe de volta a tela gente que estava fazendo falta, como Daniel Dantas, Alessandra Negrini e Deborah Secco. Rodrigo Simas, Bianca Bim, Betty Faria, Heloísa Perissé, Giulia Gam e Marcos Pigossi estão ótimos. A menina Giovana Rispoli, que viveu a Shirley na primeira fase de em família, e José Loreto, como vilão, são as promessas de revelação da novela. Minha cisma é mesmo com a Isis Valverde! Ela não me convence e eu acho que falta "tirar a Isis" da personagem. Vejo traços de Rakelly, Suellen e até Antônia de "Amores Roubados" na Sandra.

Traçando um paralelo com "Pecado Mortal" que foi ambientada na mesma época e apresentada pela Record, "Boogie Oogie" perde em dois quesitos: Caracterização e abertura. De resto ainda é cedo pra dizer! Não foi amor a primeira vista! Mas a história de "Boogie Oogie" tem potencial e Pigossi tem carisma pra ser protagonista.
Vamos ver se embala.